Pesquisadores discutem a formação de professores para as inteligências artificiais articulando teoria e prática
Pesquisadores dos grupos do Núcleo de Estudos em Linguagens, Práticas Educacionais e Cultura Digital e do Núcleo Interdisciplinar em Inovação, Tecnologias, Educação e Linguagens, liderados respectivamente pelos professores Lilia Aparecida Costa Gonçalves e Márcio Luiz Corrêa Vilaça discutiram a formação de professores para as inteligências artificiais no IX CLAFPL – Congresso Latino-americano de Formação de Professores de Línguas, realizado dos dias 12 a 14 de novembro de 2024.
Os trabalhos foram apresentados no Simpósio Inteligência Artificial e Formação de Professores: desafios e oportunidades em contextos educacionais.
Foram apresentados 4 trabalhos que articularam teoria e prática sobre e com as inteligências artificiais, contando com exemplos práticos e experimentos feitos com diferentes inteligências artificiais.
Inteligência Artificial e Formação de Professores: desafios e oportunidades em contextos educacionais
Coordenadores: Lilia Aparecida Costa Gonçalves – UNIGRANRIO
Márcio Luiz Corrêa Vilaça – UNIGRANRIO
Eixo 4: Tecnologias e mídias digitais na formação docente
Resumo expandido
A crescente integração de tecnologias digitais no campo educacional tem transformado significativamente as práticas pedagógicas e a formação de professores (Kenski, 2013; Santos, 2019). Entre essas tecnologias, a Inteligência Artificial (IA) desponta como uma ferramenta que oferece novas oportunidades e desafios complexos a serem enfrentados. Com o avanço das inteligências artificiais, especialmente as generativas, surge a necessidade de novos tipos de letramentos. A interação com IA requer habilidades específicas, como a compreensão dos mecanismos de funcionamento dessas tecnologias, a capacidade de analisar criticamente suas respostas e a habilidade de utilizá-las de maneira ética e eficaz (Chan, 2024). De acordo com Koedinger (2021), a IA tem o potencial de personalizar o aprendizado, oferecendo feedback em tempo real, identificando lacunas no conhecimento dos alunos e sugerindo estratégias de ensino diferenciadas. Barbosa e Alves (2023) apontam que as plataformas de aprendizado adaptativo, como sistemas de tutoria inteligente, utilizam algoritmos avançados para analisar o desempenho dos alunos, o que possibilita adaptar o conteúdo conforme necessário. Para os professores, isso significa um suporte adicional na gestão da sala de aula, permitindo uma abordagem mais centrada no aluno. No entanto, a incorporação da IA no âmbito educacional traz desafios e muitos questionamentos. Um dos principais problemas é a questão ética relacionada ao uso de dados (Selwyn, 2019). A privacidade e a segurança dos dados dos alunos e professores são preocupações primordiais que precisam ser abordadas com rigor para se evitar uma aceitação acrítica do uso da IA na educação (Kaufman, 2022). Além disso, há uma necessidade crescente de formar os professores para utilizarem essas tecnologias de maneira eficaz. Isso inclui não apenas habilidades técnicas, mas também uma compreensão crítica das implicações da IA no ensino e na aprendizagem. Nesse sentido, defendemos que as formações devem propiciar o letramento para uso de modelos de IA generativas na educação, assim como na pesquisa, proporcionando competências e habilidades que levem a reflexão na prática e sobre a prática (Schon, 1997). Somando-se a essas preocupações, outro desafio que emerge do uso excessivo de IA é o risco de desumanização do ensino. A sala de aula é um espaço no qual a interação, o diálogo e o convívio com diferentes formas de pensar e agir acontecem, os sistemas automatizados podem levar à diminuição dessa interação humana proporcionada pela dinâmica da sala de aula, e que é essencial para desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos alunos. Nesse sentido, é crucial equilibrar o uso de IA com as práticas pedagógicas que valorizem o pensamento crítico, a autoria, a criatividade e a autonomia dos alunos. Diante desse novo contexto da cultura
digital, compreendemos que a educação precisa contemplar novos olhares para a formação de professores. Autores como Santaella (2023) e Gabriel (2021 e 2022) defendem a necessidade de formação continuada para uso da IA, o que não pode ser diferente para a área educacional (Santos, 2024). Nesse sentido, o Núcleo de Estudos em Linguagens, Práticas Educacionais e Cultura Digital (NELPED-CNPq UNIGRANRIO), vem desenvolvendo pesquisas sobre o uso de IA em práticas docentes com vistas à formação de professores que propicie novos letramentos para uso de modelos de IA generativas na educação. Nesse contexto, nossa proposta neste simpósio é compartilhar trabalhos que apresentem e analisem o uso de IA em diferentes atividades pedagógicas a fim de compreender quais letramentos são necessários para a integração da IA generativa no processo de ensino e aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento de abordagens teóricas e metodológicas mais eficazes na e para a formação de professores.
Palavras-chave: inteligência artificial; formação de professores; ensino e aprendizagem.